13 de fev. de 2009

PARTE 17 - MOCHILÃO FRANÇA - O QUE FAZER DURANTE O DIA


Depois de chegar em seu albergue, deixe alguma coisa marcando sua cama, como sua toalha, o pijama, algo que identifique que a cama esta ocupada. A mochila será guardada nos armários que serão fechados com seu cadeado. Prepare-se agora para sair.

Jamais tome o albergue como seu lar, ou vai querer ficar enfurnado nele por mais tempo do que deveria. Eu penso q quanto menos atrativos tiverem o albergue, melhor. Menos vontade você terá de explorá-lo e mais tempo ficará conhecendo a cidade.

O albergue é um lugar onde você, primeiramente, dorme. O restante é conseqüência, como banho, usar a internet, a cozinha, a biblioteca e a TV, quando tem. Ficar dentro do albergue e dizer que não há nada programado é nada mais que má pesquisa feita sobre a cidade, ou cidade errada. No caso de você estar cansado, só vale se você já estiver viajando por semanas e fazendo algo muito intenso, como trilhas, indo para festas todas as noites, ou estiver com algum problema de saúde. De outra forma é pura preguiça ou perda de tempo.

Depressão, saudades de casa, o primeiro se trata com medicamento e os dois se tratam com “cabeça ocupada”. Então, vamos passear!!!

Mas você gosta de almoçar sentado na mesa, sossegado, comidinha quente. Se você tem condições de fazer seu mochilão e comer em restaurantes, faça, oras! O que você deve evitar é voltar para o albergue para almoçar(preparar tudo), porque é aquilo de chegar em casa e querer ficar um pouquinho relaxando. Falei em vários posts: “Isto é um pedacinho da sua vida. Você não vai sofrer tanto assim por fazer algumas vezes algo fora do que normalmente faz. Aliás, o objetivo é este. Mudar. Ver que é possível se viver de outra forma, com outros hábitos, com mais simplicidade.” Comer um lanche saudável na rua, ou já levar um lanche pronto do albergue, ou, até, comprar um prato pronto no supermercado. Qualquer tentativa vale para ganhar tempo e fazer diferente. Aí, você escolhe um local bem apropriado para comer: uma calçada em frente ao Coliseu, o parque em frente ao Palácio de Buckingham, um banquinho embaixo da Torre Eiffel, ou em Puerto Madero, na Argentina, uma mina de sal na Polônia, ás margens do Danúbio em Budapeste, sentado em uma mureta olhando o mar grego em Santorini... E você quer comer numa mesa enfurnado em algum lugar com tantas paisagens para temperar seu almoço? Por favor, hein!

Ah, está com dores nas pernas, nos pés....procure um banquinho, ou uma praça e vá se sentar, ler seu guia, seu mapa. Está no meio da cidade e só tem lojas, calçada movimentada? Aposto que tem um café em algum lugar. Sente no café e além de saboreá-lo (ou beber uma água, suco...), aproveite para apreciar o movimento da vida da cidade. Leia seu guia, se souber a língua do lugar, compre um jornal para ver como estão as notícias, bata um papo com o atendente. Gente, sempre há algo que podemos fazer para tudo ficar melhor.

Só peço à vocês: Por favor, voltem para o albergue para dormir somente, de preferência. A liberdade está lá fora. A verdade também!!!!



A França!
Vou sobre o Oceano (o luar de lindo enleva!)
Por este mar de Gloria, em plena paz.
Terras da Patria somem-se na treva,
Aguas de Portugal ficam, atrás...

Onde vou eu? Meu fado onde me leva?
Antonio, onde vais tu, doido rapaz?
Não sei. Mas o vapor, quando se eleva,
Lembra o meu coração, na ânsia em que jaz...

Ó Luzitania que te vais á vela!
Adeus! que eu parto (rezarei por ela...)
Na minha Nau Catharineta, adeus!

Paquete, meu paquete, anda ligeiro!
Sobe depressa á gavea, marinheiro,
E grita, França! pelo amor de Deus!...

António Nobre, in 'Só'

Poema retirado de um blog português




V for Verônica



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