28 de jun. de 2009

Para gostar de ler e VIAJAR na leitura

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Meu povo, como este blog é sobre viagem e tem como motivo de nascimento o meu livro MEU PÉ QUE ME LEVA PELO MUNDO, vamos falar sobre o que você está fazendo agora: "LER"

Estava assistindo o programa ação anteontem e o Serginho Groismann estava discutingo com Ignácio de Loyola sobre o por quê dos jovens de hoje, em idade escolar, não gostarem de ler. Serginho até falou que ele, na época de escola, também achava sacal ter que ler os escritores românticos e tal, mas que conforme "cresceu" e começou a escolher ele mesmo sua literatura, tomou gosto pela leitura. Foi aí que Ignácio de Loyola falou uma coisa com a qual concordo plenamente: por que ter a obrigatoriedade de ler determinados livros quando a maioria dos jovens considera-os chatos e incompreensíveis? Por que as escolas insitem em uma lista de livros que são entediantes quando o objetivo é fazer o jovem GOSTAR DE LER? Precisariam usar literaturas do cotidiano, livros atuais, coisas que atraiam o interesse do jovem pelo assunto.

Sem querer depreciar nossos grandes escritores acredito que muitos livros são complexos e pesados para um jovem que está pensando em Counter Strike, Big Brother, novela das nove e Pânico. A juventude não vê sonho interessante no que leem simplesmente para um vestibular, ou para passar na prova. Por favor, falem-me se há outra opção aqui para ler "A Moreninha". Gente, é apenas um exemplo. Não estou falando mal destas obras. Apenas que para nossa atualidade o jovem não tem atração para se interessar pelas histórias.
Lembro-me de que comecei a tomar gosto pela leitura lendo quadrinhos da TURMA DA MÔNICA. Quem mais???? Minha época de escola era bem diferente da juventude que frequenta escola hoje. Respeitávamos, sofregamente líamos Luciana Saudade (que lembro que era uma graça), Sagarana, A mão e a Luva, O Alienista (o máximo), Dom Casmurro (muito legal) Memórias de um Sargento de Milícia), algumas liras. Eu li livros legais, mas lia o que gostava em casa. Leitura leve. "O que acontece com os potrinhos" foi meu primeiro livro. Mominha, minha irmã, fazia com que eu lesse para ela seguidas vezes porque gostava de quando eu falava "pótrinhos".
O gosto pela leitura também vem de casa. Mominha sempre gostou muito de ler e eu a observava. Já meus pais não liam, mas incentivavam. Faziam inscrição no círculo do livro que fazia trocas frequentes de livros que vinham para o bairro numa perua branca (eu lembro). Hoje vejo dramáticos cenários, mas também emocionantes, onde "Jegue-livro", ou "bibliomulas", ou ainda "bibliocamelos" seguem de povoado em povoado, em vilas remotas no mundo pela boa vontade e crença em um mundo melhor de grandes e desconhecidos heróis. Porque é uma ação heróica salvar a educação em nosso país. Precisamos de bibliotecas atraentes e barulhentas!!!!(sugestão de Ignácio de Loyola)

O segundo lar da juventude "deveria ser" A ESCOLA. Local onde o incentivo à leitura deveria ser alimentado todos os dias através de uma lista agradável de livros, revistas, quadrinhos, joprnais, opções de professores, alunos e pais em conjunto. Eu quero continuar tentando incentivar o jovem a ler. Quem lê tem a cabeça mais aberta, pensa mais rápido, tem desenvoltura para falar, exercita a mente. Falar de atualidade, realidade e falar de sonho é válido, contanto que nós estejamos procurando por isso. Nada de ter que engolir leituras chatas que fazem com que o gosto de um livro lembre apenas a traça que realmente os devora. Temos que incentivar a juventude a ler, mas a ler coisas que sejam interessantes a elas. Depois que se adquire o gosto, basta jogar de vez em quando uma literatura mais pesada que ela certamente será bem interpretada e estes jovens terão uma real opinião sobre ela.

Confesso que quando vejo um livro grosso fico agoniada porque sei que vou demorar meses para lê-lo. É sério. Leio três, quatro livros ao mesmo tempo e demoro até ano pra ler tudo. Quando peguei O IDIOTA para ler levei uns 2 meses para terminar porque só lia no ônibus a caminho do serviço. Durante aqueles caminhos eu estava na Russia e não no caminho prá Santa Cecília, indo trabalhar. Michkin estava a minha frente tendo ataques epiléticos e eu não podia fazer nada a não ser esperar que alguém o socorresse na página seguinte. Adorei o livro. Estive em Florença, na Itália, em 2006 e, sem saber da história, deparei-me com uma placa na frente de uma casa: "AQUI DOSTOIEVSKY CONCLUIU SUA OBRA "O IDIOTA"". Meu, eu enlouqueci! Fiquei tão emocionada! Aquele escritor que foi comigo para o serviço durante dois meses havia escrito aquele livro com o qual tinha me encantado naquela casa a minha frente. Ele andou por aquelas ruas onde andei. A energia dele sempre estará por lá. E agora a minha também.



Ah, professores, rebelem-se! Opinem! Ajudem-se! Reunião de pais, premiação com livros, concurso de redação e poesia nas escolas, leitura em voz alta para os jovens aprenderem a ler e a não ter vergonha de impostar suas vozes diante dos outros, de mostrar como a lingua portuguesa é dinâmica e linda, como é bom saber se comunicar, em quanquer língua, de forma clara e expressiva. Fazer uso de letras de música acho que é uma ótima idéia. O RAP que é tão apreciado por jovens, reggae, a leitura de cordel, tão poética e com as realidades cotidianas de um povo, ou com os fantasiosos folclores dos mundos...

Para gostar de ler
algumas coisas devemos fazer:
que tal começar de pouquinho
lendo simpaticos quadrinhos?

Depois, nos grandes jornais,
tem cadernos especiais
pro menininho e pra menininha
tipo a famosa FOLHINHA

Daí, vamos seguindo assim,
para o jornal, com a FOLHATEEN

E o mundo,
onde vou saber do mundo?
Vou saber com a professora.
que seu eu me chamasse Raimundo
seria uma rima.
Não uma solução.

Incentivo a leitura, meu povo. Vamos pressionar o jovem a ler sem perceber. Aliás, sem perceber o jovem lê muita coisa na internet. Basta a gente ajudar o pobre a ler as coisas que terão algum sentido para o futuro da vida dele, da nossa vida e do mundo em que vivemos.

Tudo do melhor sempre.

E eu, qualquer dia bem logo, volto a rodar este mundo. Mas enquanto não dá din din pra viajar, viajo por aqui, na viagem de vocês.

Viagem que isso me ajuda a ficar feliz com vocês.

"Livro fechado é um livro morto. Biblioteca não é um mausoléu. É um lugar para se ler, apreciar e falar sim, sobre os assuntos de todos aqueles livros" (mais ou menos o que Ignácio de Loyola falou no programa AÇÃO ESCOLA)


V for Verônica

27 de jun. de 2009

4º SALÃO DO TURISMO - 1 a 5 de JULHO, NO ANHEMBI - SÃO PAULO-SP

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clique na imagem para ir direto à página do Salão

Só eu mesmo... Meu bom parceiro mochileiro Marcio braços fortes veio me falar do Salão de Turismo e eu nem tava ligada. Mas agora estou ligadíssima e, se pãs....tchuns! Eu vou, ou no sábado, ou no domingo.

As inscrições feitas com antecedência pela net são "de grátis". Você deve inprimir o código de registro que adquire quando termina a inscrição. Tem um código de barras.

O foco é viagens pelo Brasil e lembre-se de que este é um blog mochileiro. Viagens econômicas, independentes, buscando o máximo de interação com o local. Aprendam muito, consultem as agências, adquiram produtos com elas(transportes, aluguel de carro, ingressos, até hotéis mais em conta), mas experimentem fazer a viagem de forma independente.


Ah, eu tenho uma sugestão para as agências: Que tal oferecer folhetos durante um pacote, com diversas informações e apresentar a sugestão para o grupo fazer uma daquelas atrações no dia livre, ao invés de ir fazer compras? Deixá-los se aventurar "um pouquinho, vá"? O dia é livre mesmo. Ele fará o que quiser. Dar uma direta nada torta é apenas uma forma de fazer os clientes aproveitarem mais ainda a viagem e terem novas experiências, além das compras! O que acham? Precisa-se de grana pra sobreviver, mas também se precisa de clientes! E certamente haverá mais gente viajando se a visão mudar de consumo para conhecimento gratuito e optativo. As compras serão apenas consequências. Mais gente viajando e comprando, ao invés de um público seleto considerado o único com possibilidades de adquirir um pacote. Aliás, ao invés de ter "um dia livre para compras", teriam um "dia livre para conhecer lugares culturais que apresentamos", daí, haver lojas no caminho já é um problema da pessoa que está fazendo o tour. Tenho certeza que grande parte dos clientes de uma agência não pegam pacote. Adquirem produtos. Descobrem que escolher um hotel, comprar uma passagem e ficar em um ou dois lugares apenas sai muito, mas muito mais em conta.

Lembre-se, você que entra aqui pela primeira vez e que não viaja porque pacote é caro: hotéis de luxo são o menos importante! O legal é conhecer a cidade e as gentes. Hotel é pra dormir e tomar um café da manhã simpático. Muitas vezes o valor dos hotéis consome grande parte do que você poderia estar desfrutando nas cidades. Então, se você é um viajante econômico, HOTEL É PARA DORMIR.

Se você é viajante independente isso quer dizer que você sabe aproveitar de tudo. Até de pacotes turísticos. Existem boas propostas oferecidas por agências de viagem. Saem por um preço bem legal. Então o negócio é fazer as contas e aproveitar o que se oferece juntando seu conhecimento na ARTE DE BEM VIAJAR.

Somos, nós, meninas lindas em trilhas pelo interior de São Paulo - Isabella, Karin, atrás, Patrícia à direita e eu de Vermelho.

Para quem quer é saber de viajar no nosso estilo, existe a FEIRA DE ROTEIROS TURÍSTICOS, no Pavilhão de Exposições do Anhembi.


Vou levar uns livrinhos. Quem sabe....

V for Verônica

21 de jun. de 2009

FÉRIAS DE JULHO - PAI, MÃE: POSSO FAZER UM MOCHILÃO?

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Fernandinha e eu indo escalar a Pedra do Baú, Campos do Jordão

FÉRIAS DE JULHO NA PORTINHA!!! O que vocês estão planejando fazer? Assistir televisão o dia todo, visitar parentes próximos, conhecer melhor seus vizinhos, ir ao cinema, ou você já está até desanimado porque sabe que vai ficar morgando em casa porque não tem grana pra nada e a maioria dos seus amigos são da escola, faculdade?

Quando a gente vive em certo aperto financeiro e desperta para a aventura (alguém lhe desperta para a aventura), a gente tem que se mexer para descobrir o que dá pra fazer e satisfazer nossas vontades. É ir a lugares de trem, procurar na internet uma trilha na região onde moramos, visitar museus em dias gratuitos, fazer um rotiero turístico na cidade onde vivemos, ir á peças gratuitas em SESCs, visitar feiras livres, ir á praia e andar de uma ponta a outra, escalar uma montanha pequena, ir áquela cidadezinha com sua família. Alguma coisa pequena sempre dá pra fazer e certamente ela vai ser a maior de todas em suas férias.
PETAR - Menina que esqueci o nome, Fernando, Tatinha e Eu em umas das trocentas cavernas.
Desde agora já pesquise na internet as diversas trilhas que existem e sua cidade. Converse com seus colegas de classe. Quem sabe um já é, ou já foi escoteiro e junta uma turma para vocês irem juntos em uma super aventura. Olha, nada de bebida, certo? E não que eu seja contra, mas é melhor beber quando se está perto de casa e a diversão é parada, só conversa com amigos. Se você se embebedar em uma viagem, pode perder o melhor dela, ou porque vai estar apagado, mesmo acordado, ou porque poderá passar mal e atrapalhar a diversão dos outros. Deixe esse tipo de folia para perto de casa e coisas paradas.

Eu em outra das trocentas cavernas do PETAR

Arranje uma mochila de 25l, dessas quase do tamanho das que você usa pra ir à escola. Se for passar o dia em uma mata leve:

- roteiro detalhado do lugar para onde está indo
- telefones anotados para contato de urgência
- um pouco de dinheiro a mais do que se presume necessitar
- um garrafa de água 1,5l
- frutas, sanduíche
- kit de talheres
- remédio para dor de cabeça e dor muscular, band aid
- paninhos umedecidos
- papel higiênico
- uma toalha de rosto
- lanterna (vai saber)
- pilha extra, câmera fotográfico
- papel e caneta, ou lápis
- sacos plásticos para recolher seu lixo de volta
- uma camisa e uma cueca(calcinha) limpas "por se acaso" (hihi)
- cartão telefônico e celu CARREGADOOO

Eber e eu no Parque da Juventude - São Paulo

Se for andar pela cidade mesmo, e, claro, após ter feito uma bruta pesquisa e roteiro dos lugares que vai visitar a cada dia de suas férias:
- mochila de 20, 25l tb
- câmera fotográfica e pilha extra
- celular carregado e cartão telefônico
- dinheiro a mais do que imaginava levar
- kit de talheres
- papel higiêncio
- garrafa de água de 500ml

Procure na internet se há centro de informações turísticas no lugar que você visitar. É nele que lhe darão informações atuais sobre a cidade e os eventos que acontecerão durante sua estada. Quando for bater um rango, nada de fast food. Se é para economizar vá direto à um supermercado e compre uma fruta, uma garrafa de suco, um enlatado, ou veja se tem um quilo bem, mas bem em conta mesmo e mande ver. Ande com a garrafa de água também.

Porta do Inferno - Auguste Rodin - Pinacoteca do Estado - São Paulo
Um tênis bem legal(simples, mas confortável) é recomendável para os dois tipos de mini mochilão. Você precisa estar com os pés bem confortáveis. Não ande cheio de tralhas, todo enfeitado. Isto chama LADRÃO, não gatinhos e gatinhas. Se você quer conhecer cidades diferentes sossegado, o melhor a fazer é andar com o mínimo de coisas que chamem atenção para você. Se tiver um celular mais humilde em casa, use-o. Seja atraente com um olhar, um movimento de corpo, ou com uma conversa divertida e agradável. Este jovens (e velhos) acham que uma cantada igual a de qualquer um é o máximo, mas nós apenas suspiramos por dentro e pensamos "tão bonitinho, mas tão óbvio....".

A gente é jovem e quer aparecer para os gatinhos e gatinhas, mas garanto pra você que no final da história, quem se dá bem é quem sabe seduzir melhor na conversa, no charme e na inteligência de um tipo que andou por aí e conheceu os diversos tipos de gentes que existem pelo mundo. Conheceu de ir lá na criatura e puxar conversa, fazer amizade, respeitar e ser humilde para aprender com o outro e nem perceber que também está ensinando.

Então, vamos conversando com os amigos logo, se mexendo, entrando na net e pesquisando lugares. Nos meus links (que ainda estão poucos) têm um pessoal que faz trilha, viaja....vamos começar perguntando a eles se podem dar umas dicas legais, após vocês fazerem uma leve pesquisa, vá. Quem sabe a viagem será até com eles?

Tudo do melhor para vocês, jovens em férias!


V for Verônica

18 de jun. de 2009

O que pode mudar depois do seu mochilão???

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Ando bem distante da net, principalmente porque estou sem net em casa, mas também porque estou trabalhando novamente como assalariada, desta vez do Estado.

Meus jovens,

façam o máximo possível para serem bem sucedidos nos estudos e seguirem uma carreira promissora e de preferência em uma área que gostem. Pode ser que você se forme apenas depois de adulto, mas não desista do seu primeiro desejo. Até pouco tempo eu não sabia exatamente em que queria trabalhar, sendo algo que eu gostasse. A minha única preocupação - como a de grande parte da população – era ter dinheiro para poder viver e pagar o sustento do governo ao qual “nós estamos subordinados”(isso mesmo). Se eu tivesse ficado o resto da minha vida no meu antigo emprego, acho que estaria feliz, mas apática quanto a poder fazer mais pelo outro. É. Isso sempre foi importante para mim, mas apenas pensava sem agir. Hoje, num emprego bem mais modesto, penso que ainda sou jovem o suficiente para continuar me empenhando em fazer o que gosto e trabalhar com isso: TURISMO INDEPENDENTE.

Depois de várias viagens e analisando as tantas pessoas que tinham mais condições que eu para viajar(grana), comecei a questionar: “O que será que esse povo faz com o dinheiro que ganha?”

Julgamentos são impossíveis e desnecessários aqui. Cada um sabe (ou não) o que faz com seus ganhos. As contas da casa, ajuda um parente aqui, o filho que quer um celular novo, ou a nova Barbie, o primo que pede pra pagar um curso profissionalizante ali, o pneu do carro que furou, aquela marca de arroz que a gente gosta que aumentou, o batizado que pede uma roupa nova pra vestir pela manhã...Vejam que aqui temos “primeiras necessidades”(...que não são diretamente nossas) e um mínimo de vaidade. Meu, a gente parece que vive primeiro pra pagar contas e depois para viver literalmente! Como é que nos deixamos enredar por coisas dos outros ou por tantas coisas desnecessárias? Por que tomamos como nossos alguns problemas que deveriam ser sim resolvidos pelos problemáticos? Será que estamos realmente ajudando ou estamos apenas acostumando mal o próximo? Eu, por exemplo, estou em situação bem chata. Meu salário não dá para mim e minha irmã está me ajudando nas despesas. Estou péssima com isso, mas depende apenas de mim mudar esta situação o quanto antes. Só depende de nós transformar as coisas. Estou estudando para mais um concurso e vamos ver no que vai dar. Depois é seguir com o que realmente quero em paralelo até ter força total. Infelizmente, antes preciso de grana e darei o melhor de mim para trabalhar bem e depois ser bem sucedida em minha real vocação. Depois de tanto desabafo (é que estou bem chateada. Não está fácil), vamos ao post e as transformações pós mochilão.

O pós mochilão apresenta sensações totalmente distintas de alguém que fez um tour ou um intercâmbio pelo mundo. O ato de se aventurar de forma independente já é algo impactante o suficiente para despertar sentidos antes não manifestados apenas porque nunca se havia passado por situações tão distintas de tudo que já se havia passado na vida cotidiana.

O uso de uma outra língua, o esforço para compreender e ser compreendido, os receios de se estar seguindo o percurso certo e o alívio de chegar aonde se queria, tudo isso produz uma química excitante em nosso corpo e torna toda e qualquer situação durante a jornada viciante. Cada dia é como uma nova prova de sobrevivência, e cada final de dia em um novo lugar, com novas amizades é outra vitória. Muita adrenalina e felicidade por saber-se capaz de viver com independência, apesar das tantas diferenças comparadas ao dia a dia.

E chegando em sua cidade natal, tudo é muito pequeno, todos são tão comuns....e você é tão.....estranho.....É você quem percebe sua estranheza. A opinião dos outros começa a ter sentido. Você começa a ouvir mais, questionar e respeitar mais o outro. Sua rua é estreita, os prédios estão descascando, a rua de trás tem um nome, o casarão da praça finalmente tem uma história que você finalmente se deu a gentileza de ouvir, a praça está com muito poucas árvores, os jovens não querem saber de nada, meus pais só querem assistir noticiário de tragédia, meus colegas só querem sair para o bar e para dançar, meus colegas de faculdade só sabem falar mal um do outro. MEU DEUS! O QUE ESTÁ ACONTECENDO COMIGO??? PARECE QUE OUÇO VOZES FALANDO EM OUTRA LÍNGUA!!! Hoje sonhei com tal lugar onde dormi em Colônia na Alemanha, aquele bar está fritando algo que está cheirando como aquela lanchonete em Balli Galli na Irlanda, encontrei um mochileiro estrangeiro no metro e tentei ajudá-lo,(meu, eu nem falo inglês!) o trânsito está cada vez pior, os jovens não sabem conversar, as pessoas sujam muito as ruas, ninguém pede licença, desculpa, ou diz obrigado(a) pra minguém..."O QUE TÁ ACONTECENDO COMIGO? POR QUE ESTOU PENSANDO EM TUDO ISSO? POR QUE AGORA ESTOU VENDO TUDO ISSO?” Bom, eu diria que o mundo abriu seus olhos. Acredite ou não, esta é a verdade. A gente ás vezes precisa ver a terra do vizinho pra enxergar bem a nossa. (clique na img da barraca com olhos e boca aberta)

Lembro-me da primeira vez que viajei para fora do Brasil, quando sobrevoei a Serra da Cantareira, já voltando, chegando no aeroporto de Guarulhos, agradeci a Deus por tudo ter corrido bem. Senti uma tristeza, um enjoo por tudo ter acabado e uma coisa estranha, como se eu não tivesse lugar no mundo. Como se o avião fosse pousar em qualquer outro país, menos no Brasil. Um cheiro de aeroporto, de mala, de gente com adrenalina bombando, ou porque vão começar uma jornada, ou porque estão concluindo as suas, como eu estava finalizando a minha. Passando pela Margina do Tietê, lembro-me de ter sentido um vazio. Parecia que eu não era eu. Minha língua estava estranha porque tinha falando muito inglês. A cabeça ainda estava pensando em outra língua. E o céu, as construções, toda a visão da cidade tinha uma intensidade obscura. Tudo parecia tão mais escandaloso aos meus olhos. Os detalhes de tudo saltavam. Não conseguia me concentrar com tantas coisas que nunca tinha reparado. Os barulhos do trânsito pareciam diferentes dos de onde eu estava, as pessoas eram tão diferentes no vestir, no movimentar, a estrutura corporal. Nós temos formas tão elegantes e nos movimentamos tão graciosamente...Nossos carros são tão barulhentos e tem tanto carro velho na rua, nossa economia é tão diferente, aqui tudo é tão mais sujo e mais estreito......e assim foi seguindo meu pensamento.

Não pensei em mudar de vida, ainda mais porque já viajo desde nova pelo Brasil e sempre gostei das coisas do estrangeiro como culturas, línguas, artes, então não pirei, mas absorvi e desejei (desejo!) sempre poder apreciar os lugares do mundo em seus devidos lugares.

O que será que pode acontecer com você? Sabe, esta é mais uma das razões pelas quais sugiro que você experimente um MOCHILÃO o quanto antes. Quanto menos você tiver a perder, melhor para você fazer uma TRANSFORMAÇÃO TOTAL de vida. Ver se a faculdade que está cursando é a que você realmente queria, se o namorado(a) é “o cara” mesmo, se o que quer que seja que você esteja fazendo no momento é o que você deveria estar fazendo.

Aproveite o quanto antes para você poder desfrutar melhor da sua vida de lazer e profissional com mais intensidade e felicidade.

Estude muito, trabalhe com o que gosta e use sabiamente o dinheiro do seu “porquinho”.


Tudo do melhor para vocês.


V for Verônica

7 de jun. de 2009

A LUA, o CLIMA e o MOCHILÃO

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Lua cheia de Vinhedo by Vana Gwen

“A LUA,
QUANDO ELA RODA,
É NOVA.
CRESCENTE OU MEIA LUA,
É CHEIA.”


(14 bis – a Lua)

Bom dia, querendo falar boa noite!

Ah, meu povo, viajar requer uma holística que você vai captar de pouquinho. Quem é que vai pensar na lua, ou no clima pra estar exatamente em um determinado lugar? Um astrônomo, astrólogo, um esportista, ou alguém que quer torrar no sol, certamente. Agora, você, que quer ir passear, conhecer lugares? Para quê?

Imagine eu, no deserto de Chigaga, lá no Marrocos, só com a lua Cheia. Agora, imagine eu, em Santorini, em Atenas, em Meteora, na Grécia, com a Lua Cheia energizante iluminando o caminho. Agora, olha eu na Laguna de Capri, em frente ao Fitz Roy, com a lua cheia bem acima da montanha, lá em El Chaltén, Argentina, tomando um vinhinho com ravióli no acampamento. Olha, é de soltar duas lagriminhas.
......Lua Cheia captada pela câmera poderosa de Eber em Santorini, Grécia
Quando vou preparar minha viagem dou uma olhada no calendário, e se conseguir estar em lugares específicos com lua nova, ou cheia, é uma boa. Ir ao deserto do Atacama com lua nova é essencial para vermos bem as estrelas. Ir com a lua cheia dá a sensação de estarmos em outro planeta do sistema. Sem contar que a Lua, eu acredito, influencia nossos humores (líquidos do organismo, principalmente do fígado). Ixi! Nem me perguntem. Vão pesquisar. Tem a ver com fel, coisas assim. Sei que meus cães ficam mais excitados na lua cheia e que fazer festa na lua cheia é certeza de “agito louco”, energia, força. Basta levar tudo para o lado positivo que será 10!
Esse negócio de chegar a noite e irmos dormir durante o mochilão é importante, mas você tem que ter pique para algumas vezes ficar até mais tarde nas ruas para fotografar porque a iluminação, tanto natural, como das cidades, muda tudo. Construções se transformam. É como o Centro de São Paulo pela manhã e á noite; parecem lugares distintos. Se bem que eu gosto do centro a qualquer hora. Mas as luzes amarelas dão um tom de seriedade, limpeza, mais beleza e ordem. E a noite também traz gente diferente, outros acontecimentos. As pessoas do dia muitas vezes são outras à noite... Estou falando em coisas além do submundo. O dia remete a maioria a serviço. À noite muitos podem ser eles mesmos. Poeticamente a noite “disfarça” os seres para que sejam “mais reais” para eles próprios.
........................A caminho de Zágora, Marrocos.......................
Então, vejam que é importante atentar ao calendário para não perder comemorações também, como o solstício de inverno, épocas de colheita, eclipses, passagem de meteoros, riscos de terremoto... Na California o povo diz que determinado clima é propício para terremoto. É o povo falando. Nada a ver com meteorologia. Gente que convive e percebe que quando o tempo está de tal jeito é bem provável que aconteça algo porque já passaram por várias experiências. Foi assim que passei pelo meu terremoto em 94, nos EUA.

Esta é uma coisa que penso quando vou viajar. Então, fique atento, principalmente se você vai para matas, trilhas. Nossa, fazer uma trilha na lua cheia, em áreas abertas é emocionante. A lua é nossa principal lanterna. Que natureza linda! Sem falar em lua, só para lembrar, se for dar uma de espeleologista e adentrar cavernas, fique atento a segurança além da interna, da climática. Pode acontecer uma tromba d’água e uma tragédia está feita no que seria uma exploração encantadora. O mesmo para canyoning, trilhas deslizantes, rapel, saltos aéreos. E sempre, sempre atento à lua, que tem um charme todo especial nas nossas jornadas. Um brinco perolado no céu, o sorriso do gato de Alice.
E o caminho a seguir é aquele que importa só àquele que sabe aonde quer chegar.
Eu quero apenas ir.

Boa semana, gentes boas.


V for Verônica